quinta-feira, 22 de setembro de 2016

perdão, gratidão, contemplação

me desculpa por falar aquilo da menina do black flag
e dos estudantes de letras em geral
eles são inteligentes sim, e sagazes
e talvez ela seja uma menina carente sim
e talvez o que eu desprezo nos meus colegas
é justamente sua inaptidão pro amor:
meu maior receio em mim

me desculpa por dizer que a cantora
estava na capa da gaita
quando ela certamente sente que está no seu auge

obrigado por me fazer comer
tapioca com banana
estava uma delícia
certamente comerei da próxima vez

seu suco de uva com mirtilo também
é muito melhor do que eu imaginava
eu tomei sem você ver

hoje o café estava ótimo de novo

me desculpa por cantar
por desafinar
por querer te mostrar mais de mim
por invadir o teu espaço
por te amar exaustivamente na noite passada

obrigado por me chamar
por mudar seus planos
e mudar os meus
pela pizza congelada
estavam deliciosas,
o azeite de oliva e aquelas azeitonas foram fundamentais

obrigado pelas cachacinhas
obrigado pelo carinho
obrigado por conversar comigo
obrigado por se interessar por mim
obrigado por me fazer dar risada
e por me deixar te fazer rir

obrigado por me esperar pra almoçar
apesar do telefone falhar

obrigado por se deixar me amar só pra ver onde pode levar

tu é linda
eu não aguento mais dizer isso
o que eu disse sobre a menina do blusão do black flag ainda vale:
meu caso com as palavras
em que palavras n se repetem
advém da poesia
então resolvi apelar pra sinônimos

tu é bonita
quando te vi na mesa com os amigos, eu te não te desvi mais
as diferenças entre as pessoas
elas não tem carga positiva ou negativa
elas tem apenas valor diferencial
nem mais
nem menos
mas a beleza, ela é positiva por natureza
se a beleza é um traço diferencial e estes desprovidos de valor
tua beleza é um paradoxo pra mim e

tu é elegante
tua beleza tem postura
modos
tua voz é baixa
teus discursos, colocados
tu é muito inteligente
(sei que é difícil admitir)
é fala e atos

tu é atraente
vamos pra parte boa
tu
teu cabelo te deixa indomável
teus olhos translucidos
talvez tu n enxergue nitidamente sem óculos
mas dá pra te enxergar nitidamente nos teus olhos
(pronto, repeti palavras em honra à musa blackflag do d43
teu corpo é delicado, facílimo de amar
de beijar da cabeça aos pés e depois voltar

tu é deslumbrante
é só somar isso tudo na mente
e depois mirar em ti
e perceber como tu guarda isso contigo
mas não esconde de ninguém

chega de sinônimos,

hoje quando cheguei em casa a realidade me invadiu
tinha muito que fazer e ânimo nenhum
aí eu sentei pensei e quando lembrei de ti eu comecei a rir sozinho
percebi que estou chegando naquele momento introdutório do curso de mestrado
em que aos poucos vai-se perdendo o controle da própria vida
e quando me deparei contigo na minha bagunça mental
parece que tudo fez sentido de novo
perder o controle é horrível
mas perceber isso é muito melhor
vou me atirar no vortex da vida real com mais incerteza
mas com mais convicção
então obrigado de novo
eu te amo












quarta-feira, 18 de novembro de 2015

SHE READS MY BOOKS IN MY FUCKIN BAD WITH NO SHOES

WAS SHE TRYING TO SAY SOMETHING? )))))))))))))))))))))))))))))): morrer: apenas queria

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Excuse me

can I love you?

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

hoje somos eu e minha gata.
é impressionante nossa capacidade de fazer tudo errado frente à desesperadora sensação de inadequação.
ao invés de não fazer nada, a gente faz tudo errado.
ao invés de esperar a tormenta passar, no desespero, nós pegamos tudo o que dá e vamos pra rua pra tentar salvar o que temos. a dignidade. a auto-estima. as defesas. mas a água tem suas próprias regras, e o que poderia ter sido danificado acaba por ser extraviado.
meu amor está em vias de ser extraviado.
a vida vai mudando, e a gente vai fazendo tudo errado por medo de não conseguir fazer o certo.

a essa hora da noite, percebo como ela é a minha única amiga, e pra que serve ter uma pessoa assim.
eu tenho a faca e o queijo na mão, mas não quero cortá-lo. queria rir um pouco, e fazer rir também.
eu não sei se ela ainda quer me ver. antes dela viajar, nós já havíamos nos despedido. agora que ela voltou, ainda não conversamos. enquanto ela viajava, trocamos algumas mensagens.
sonhei com ela todas as noites, todos com o mesmo final. eu sempre sonho a mesma coisa. a gente nunca termina junto, e sempre ficamos devastados.

no começo, foi casual. nos vimos algumas vezes, até o dia em que nunca mais nos vimos.
por algum motivo, isso não foi um problema. a vida se ocupou de me distrair dela.
depois nos reencontramos. ela estava mudada, insegura. mantinha uma pose de que gostava de ter tudo sob controle, e o conflito já começou ali. ninguém me controla. com toda minha vocação à submissão afetiva, não consigo me deixar controlar. nem eu tenho controle sobre meus próprios atos.

eu sempre aplaudi a inconseqüência. sempre achei o máximo aqueles que se jogam na vida sem olhar pra trás. mas eu falhei em copiar esse modelo, porque minha loucura é embotada de culpa preciosismo. não consigo me separar do meu passado, porque meu romantismo frente a minha própria vida, a minha própria narrativa, me impede de menosprezar os pormenores da minha trajetória. assim, elevo todos os eventos ao máximo, como se todos os envolvidos tivessem valido a pena, mesmo quando absolutamente ninguém valeu. eu caí numa armadilha que eu mesmo armei no intuito de me apossar do tédio, do clichê e da leviandade.
agora, cá estou eu, em luz baixa, sem música, sem álcool, sem trabalho, sem estudos, sozinho num kitnet no centro de porto alegre, escrevendo num blog jamais divulgado. o cúmulo do tédio, do clichê e da leviandade.

demoramos muito pra nos adaptarmos um ao outro. de minha parte, eu fazia tudo pra que parecêssemos normais. íamos pra cidade baixa, ou pra festas completamente desprovidas de identidade, com um público grosseiro, lesado por um orgulho ensinado num lar de corn flakes, preconceito, tv a cabo, corrupção, grife e mentira. eu, um estranho no ninho, sempre, e aí encontrava minha defesa - a de não ter nada a perder, de não dever nada pra ninguém. somente nos soltávamos perto das 4h, sempre. antes disso, mal conversávamos. mal nos olhávamos. ela conversava com os dois amigos, o dela e o meu, mas não comigo. enquanto isso, o dela buscava me convencer que ela era louca por mim. o meu que eu não devia ser louco por ela.

íamos a bares, e mesma história. passávamos horas a fio sentados um do lado do outro, perto às vezes, com os braços ou as pernas se tocando, mas nenhuma palavra. aquilo me angustiava, me fazia sentir um idiota completo. fazia eu achar que eu não tinha nada pra dizer, que eu não passava de um corpo. eu não me sentia exatamente usado, apenas mal aproveitado. eu queria conversar, mas não tinha com quem. ela n só n me dava assunto como me mortificava, com os olhos, quando eu falava. o amigo dela dizia que ela era assim porque era insegura, porque tinha medo de sofrer. o meu não dizia não enxergar nada disso.

medo de sofrer?
eu também tenho medo de sofrer. todo mundo tem medo de sofrer. via de regra, ninguém quer sofrer. ninguém gosta ou acha bom sofrer. e o motivo pelo qual ninguém quer sofrer é porque todos sabem que, em algum momento, viver se torna sofrer. dor, a morte, a desilusão, a decepção, a humilhação. tudo isso acontece pra todos desde que o mundo é mundo, e por isso eu não aceitava essa desculpa. principalmente porque tudo o que eu queria era dar a ela o oposto do sofrimento.

o tempo passou. enquanto ela viajava, ficávamos longos intervalos sem nos vermos. daí então ela aparecia, e tudo voltava a ser como sempre foi: ela lá, eu aqui, nós dois juntos mas como se nunca tivéssemos nos visto.

quando ela foi morar por seis meses no centro do país, prometi visitá-la. comprei a passagem ainda antes dela se mudar. naturalmente, começamos a ceder mais, a nos abrirmos mais, a nos permitirmos gostar mais.

quando eu ia vê-la, eu botava minhas melhores roupas. eu sempre busquei ser o melhor pra ela. eu espero que ela tenha notado esse esforço. quando viajei pra visitá-la, comprei tudo novo. eu só queria que ela olhasse pra mim com olhos de admiração.

quando ela voltou, eu já tinha me mudado. aluguei essa merda de apartamento pra ficar mais perto dela.
meu único critério foi que o c4 passasse por perto, pois assim poderia vê-la de madrugada sem ter que pagar táxi.

peguei o c4 uma vez depois que me mudei. pegava mais antes de morar em poa.

naquela época, de vez enquanto terminávamos a noite na casa dela, ainda que eu n pudesse interagir com seus pais. ficávamos na sala, um ambiente enorme, raramente frequentado pelo casal. ficávamos lá, vendo tv e nos alisando, aprendendo a gostar de conviver. eu sinto muita falta dessa época. no fim, talvez o erro tenha sido me mudar pra cá.

eu sempre tive esse fraco por amoralidade, por inconseqüência, e sempre fui de querer conhecer várias gurias, principalmente porque quando meus colegas começaram a ficar com as meninas, eu não pegava ninguém. cresci odiando a todos eles, por outros motivos que não vem ao caso, e superar eles também nisso sempre foi uma meta pra mim. uma falha de caráter, algo que eu deveria superar sendo maior que toda aquela merda de sensação que eu passava morando na serra. hoje eu vejo que o problema não era a serra nem seus habitantes. eu continuo sendo igualmente trouxa.

um paradoxo se formou. eu queria pegar muita mina, mas queria ser o cara mais honrado para com a minha dama oficial.

terminei não ficando com mais do que uma ou outra, mas chegava no meu apartamento e olhava minha cama de casal e pensava: muito grande pra uma pessoa só. por isso ficava sondando todas as possibilidades sexuais possíveis. vai que eu me sentisse carente. pra não me sentir culpado, sempre mantive meu relacionamento com ela sem muitas definições. eu me aproveitava do fato de que ela não tinha aceitado namorar comigo quando eu pedi, isso em 2011, na porra dos ladrões do vilaró, ela bebendo mojito, eu uma ceva quente e cara.

um dia, passados 4 meses da volta dela pra porto alegre, ela descobriu que eu tinha ficado com uma guria numa festa. ela ficou revoltada e eu usei a carta mais óbvia: não namoramos. a partir daquele dia, decidimos namorar, mas eu fui muito trouxa e, uns 2 meses depois, fiquei com outra.

conheci uma guria num bar, e como fazia tempo que eu não ficava nem com ninguém, nem sem ela numa festa, resolvi ver qual era. botei as informações no bolso, fiz contato na internet e a própria internet se encarregou de foder tudo. ela viu minhas mensagens, e eu vi as dela, e nós ficamos quase um mês sem nos falarmos.

demorei muito pra conseguir trazer ela de volta, e desde então me comportei muito bem. terminei um tcc enorme e traumático e finalmente me livrei de tudo.

no meu aniversário ela parecia uma fada, linda. tinha me dado um presente maravilhoso.
eu não precisei ficar com ninguém pra levar ela as lágrimas na minha própria festa.

desde então, a situação está um lixo, e eu estou cansado de fazer mal a ela, de querer uma vida que não tenho, de achar que às vezes quero e às vezes não quero.

estou francamente confuso, mas muito, muito triste. desoladamente. a incerteza está me deixando muito deprimido quando eu deveria estar mais feliz, formado e resolvido.

tenho 26 anos, 6 a mais do que tinha quando criei esse blog.
me vejo na mesma fossa de outrora.
me vejo, porém, menos inteligente, menos voluntarioso, menos interessado.
parei de ver filmes, parei de ler, parei de escrever, parei de baixar bandas, parei de curtir coisas novas.
me tornei uma pessoa que se conforma com a mesmice, e culpo meu relacionamento por isso. assim, em não querendo aceitar a mesmice, fico confuso se quero ou não quero continuar com ela.
o que me chateia é que pra ficar com ela eu não tenho saco por associar isso à idéia de conformação, mas pra não fazer nada por pura preguiça eu me conformo super de boa.

queria ser diferente.
queria ser perfeito, que meus defeitos fossem menos prejudiciais.
queria ter vontade de estudar mais, de aprender mais, de trabalhar mais.
sou um vadio, só quero dormir e me divertir, e me sinto muito culpado por isso.
porém, não consigo mudar.

eu queria terminar esse texto com uma nesga de esperança, com a idéia de que sua conclusão é o que vou levar após o ponto final.
acho que preciso dormir.
queria conversar com alguém pra quem eu não precisasse mentir que estou bem.













sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

tricky heart

tudo errado
tudo errado
tudo errado
tudo errado
tudo errado

se vc se importa, vc perece
se vc n se importa, vc se percebe

votos para 2014

FREEDOM CALL



sábado, 31 de dezembro de 2011

te fode 2012

que o ano novo acolha a minha solidão com menos preparo e menos interesse.
que no ano que segue minhas escolhas afetivas não comprometam tanto meus caminhos.
que a vida me reserve um espaço onde rir-e-fazer-rir seja minimamente elementar.
que todas as pessoas que sofrem no mundo tomem um raio e morram de uma vez.
principalmente as de amor, doença pra qual aparentemente jamais existirá cura.

sejam felizes longe de mim.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Nothing changed, I still love you

... only slightly less than I used to, my love.



(and the pain was enough to make a shy, bald, buddhist reflect, and plan a mass murder.)